sábado, 31 de dezembro de 2011

DIGA AQUI

Digam:
QUAL O IMPACTO AMBIENTAL
DA QUEIMA DE FOGOS (por minuto)?

Diga não à agressão

Foi Natal e acabamos de falar de paz, desejar votos de bem, solidariedade, etc. e tal. Hoje se faz um inferno, os humanos urram, bombardeiam a paz de passarinhos, desarranjam a harmonia entre todos os seres, poluem o ar, a própria carne, a mente.
Vanda Ferreira

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Espiações

Espiações
conchas escutam vento,
tempo de pomares maduros,
história sibilada em lingua de anjos.

Céu condensado,
sarado sorvete vegetal
saciamento dos olhos;

Copo de pedra
tempo de hoje
Larga brecha entre o ontem e o amanhã.

Mangas sorriem
curtas ou longas
florais ou azuis
chuvas grossas ou finas.

Quebram botões
poeira, ilusões.
semente germina.

Vanda Ferreira

sábado, 3 de dezembro de 2011

Meu direito é redondo

Direito humano não é quadrado


A maior falha do Direito é promover a igualdade. Fere a essência de ser.

Não sou igual a todos, confesso! Adoto linguagens além das verbais, metáforas, expressões corporais. Liberdade auditiva contempla mar aberto. Opções dão os poderosos pés para ir, vir, ilhar.

Há diferenças (leves e gritantes) em significante e escancarada escala.

O topo da igualdade é a verdade ecológica.Tenho direito à liberdade redonda para viver em paz. Humanamente correto, justo e direito. Isto é legal.

Vanda Ferreira

domingo, 9 de outubro de 2011

Costa verde

Costa verde


Sol encontra azul marítimo

Confidencial linha navega clara vela raio de sol.



Horizonte dispersa,

imagina som,

Mergulha sombra celeste.



No mar flamula sal,

esponja de musgos,

sonhos livres,

altos vôos,

sábias Gaivotas.



Costa azul é verde

bordado em branca areia

poderosas ondas,

Borbulhas de paz.

Vanda Ferreira

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vanda Ferreira recebe título de honra na Academia

Em solenidade de posse da ALACRO - Academia de Letras, Artes e Ciência em Rio das Ostras – RJ, Vanda Ferreira recebeu o Título de Membro Acadêmico de Honra – Cadeira nº 01, das mãos de Elaine Mello, Digníssima Presidente da ALACRO.



Vanda Ferreira no Rio de Janeiro

No perído de 26 a 29 de setembro estive no Rio de janeiro, cumprindo agenda sócio-cultural. Foi assim:
Participei da Reunião do Projeto Rede de Saúde que acontece no Rio de Janeiro. A reunião foi presidida por Sandra Cerrado, com participação de 15 instituições parceiras.


Na oportunidade realizei uma breve Roda de prosa e autografei exemplares de “Passagens”.





A convite da professora da escritora Gisele Sant’Ana, contadora de história e professora de música, estive na creche GUGU DADA, no Tijuca/RJ, cuja coordenadora é Ana Lucia.

O encontro aconteceu com as crianças do Jardim II quando contei, parcialmente, A Lenda do peixe Dourado, conto infantil de minha autoria. As crianças ficaram maravilhadas ao saber o meio de transporte usado para chegarmos ao RJ. Tambem falei sobre a flora regional sul-mato-grossense e os bichos pantaneiros. O encontro foi coroado de alegria tanto de minha parte quanto da parte da escola. As crianças foram curiosas, fazendo perguntas e comparativos com o Rio de Janeiro.

Imagens deste encontro serão postadas logo que as receber da Creche Gugu Dada e da artista Gisele Sant’ana, organizadores do evento.

ECO ARTE

No Rio de janeiro conheci Wilson Cruz que adotou a filosofia de reaproveitamento de resíduos sólidos naturais transformando-os em arte. São peças decorativas e utilitárias e decoração orgânica. Wilson Cruz participa em eventos sócio-culturais ministrando palestras, oficinas e exposição de seu trabalho.

Com Wilson Cruz aprendi muito sobre eco arte. Estou encantada com seu trabalho e eternamente grata por sua generosidade. Acreditem Wilson Cruz realizou uma oficina exclusiva para mim. Ensinou tudo sobre a reciclagem de um caroço de manga, cujo material se emprega em decoração orgânica, brincos, porta moedas e tudo que a imaginação produzir. Wilson demonstrou interesse para que sua filosofia e técnica se propaguem ao mundo, por seus multiplicadores. Oportunamente, logo que eu faça minhas experiências técnicas, o aprendizado será repassado para Mato Grosso do Sul.

Vejam nosso encontro.




Confreiras cariocas realizaram um encontro na livraria Saraiva, do Tijuca. Foi uma tarde deliciosa, regada a Cafés, prosa e poesia e autógrafos.



Vanda Ferreira recebe homenagem em São Paulo

No dia 24 de setembro aconteceu no Miquelina Arte Bar, em São Paulo, uma solene noite para homenagear Vanda Ferreira e outros artistas.

Foi uma belíssima noite de autógrafos da obra PASSAGENS, e mostra de camiseta estampada com poema de Vanda Ferreira.

O evento, realizado por RASZ 5 e Terapia Arte Viva foi prestigiado por artistas em diversos segmentos.
A noite foi coroada de sucesso, muito bem conduzizada por Bajor e presidida por Regina Zamora.






















quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Novidade artística

Olá gente!!

Hoje trago a mais nova, estou imensamente feliz, enfim realizei um sonho sonhado por longo período. Iniciei a produção de camisetas com versos de minha autoria. Após uma enquete realizada em Campo Grande, optei pela cor preta para a primeira leva. Foram confeccionados em tamanho "G", "M" e "P".

A grife é By Bugra Sarará. Logo estarei apresentando coleções nudes, primaveris, pantaneiras e outras, todas em malha fria.

Aqui uma imagem que acabei de fazer para possibilitar o primeiro contato.

As camisetas serão vendidas por R$ 30,00. Caso alguem de outro municipio ou estado queira uma unidade desta coleção, poderei enviar via CORREIOS.

a 1ª camiseta By Bugra Sarará, arte e poema de Vanda Ferreira.

 Este é o poema escolhido para esta coleção inaugural.

Garças brancas

revoam silêncio azul;

Enormes dentes jacarezenses tomam vento;

Fluem ecos matutos ecologicamente corretos.

Rimados versos da natureza

fervilham na fingidez do rio,

esconderijo do útero da terra.

Canções passeiam:

espetacular balé das matas.

By Bugra Sarará

As camistes serão vendidas por R$ 30,00. Caso alguem de outro municipio ou estado queira uma unidade desta coleção, poderei enviar via CORREIOS.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Roda de prosa: Cores do por-do-sol

Quando perguntei a uma querida amiga sul-mato-grossense que está morando em SP, se queria que eu levasse algo, ela pediu um punhado das cores do por-do-sol de Campo Grande, ACABEI DE ENVIAR, VEJAM AQUI

Querida amiga,

Segue, neste pote de barro macerado por minhocas, um punhado de cores do por-do-sol . Foi apanhado hoje, durante a prece que flamulou no grande campo ao oeste prometendo breve regresso.

A indescretível solenidade me lembrou você. Cigarras cantaram versos matutos em harmonia com as partituras das canções de seriemas, araras e sabiás.

... Ispiradas, as generosas meninas de meus olhos, recolheram o lapso do entardecer e ofertaram votos de fidelidade celeste. Aconcheguei, imediatamente, as celestiais pétalas-multicores, para que chegassem, ainda, vivas até você.

Depois bebi em sagrada fonte; espirituei poesia e borboleteei.

Vanda Ferreira

Vanda Ferreira será empossada Membro de Honra da Academia de Letras e





À honra conferida por esta posse, reverencio a mãe-natureza, geratriz de toda e qualquer espécie de vida e inspiradora da paz. Vanda Ferreira



Vanda Ferreira será homenageada em São Paulo

Confesso que fiquei surpresa pela indicação de Regina Zamora para minha pessoa receber grandiosa honra.
O convite à homenagem em vida me incentivou a repensar sobre o comprometimento com a arte literária, incluindo maior responsabilidade e respeito pelo público, em especial o leitor.
Esta homenagem é um marco em minha história e a compartilho com todos que, de forma importante, somaram meus passos cooperando significativamente para que meu trabalho ultrapassasse as fronteiras domésticas e regionais de maneira serena para encontrar leitores e mestres, amigas e amigos, e espaços culturais pelo Brasil a fora.




O evento será realizado no dia 24 de setembro de 2011, no Miquelina Arte Bar, rua Francisca Miquelina, 306, bairro Bela Vista, São Paulo-SP.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

REFAZIMENTO

Refazimento


A lua nova vela purezas, sons naturais, canções de sacis, burburinhos do brejo e assovios da mata.

Cresce observando coisas, histórias de corujas, alianças de ouro nos gravetos-ninhos onde dorme a fé. A lua cresce em noites de caça aracnídia, no campo das aranhas tecedoras de sonhos.

Poderosamente sábia, suplanta testamentos, orna-se de majestosidade e desfila cheia de brancos mistérios.

Então, recolhe-se em minguante fingidez, num tapete de paz para ouvir silêncio enquanto macera segredos. Depois faz tudo igual.



Vanda Ferreira

CARANDÁ

CARANDÁ



Lapidada árvore

bebe da fonte do mar xaraés

lânguida artéria dimensiona destino,

borbulha história.



Carandá hasteia bandeira ecológica.

Abertos leques declamam poesia ao vento,

históricas entrelinhas de passagens carnais.



Divinos seres são unicórnios,

asas feitas de seiva,

gotas de veios,

olhos centrados,

evolutividade mental.



Verdes que dançam na chuva

focados em celestialidade.



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Céu, sol, lua e nuvens de mim.

Céu, sol , lua e nuvens de mim.


Céu canta, repercurte vida, sonhos desejosos de esperançar. O céu planta estrelas para abrilhantar canções noturnas e tingir de fé o horizonte de adormecidos pensamentos.

Céu engole sol, mastiga e digere o ontem, processa experiência e regurgita realidade; banha o passado, renova roupagem e devolve o sol enriquecido para compartilhar da robustez com os passarinhos, pedras, plantas e peixes.

Ontem o céu engoliu a lua cheia de mistérios brancos, mastigou e digeriu medos para ensaiar luares em ciclos de louvores e nuvens de mim.

Vanda Ferreira

Extraordinária partitura

Muito bem-vindo(a) a esta leitura. O poema "Extraordinária partitura" é proposta para exercitar a audição visual e leitura com o coração. Experimente, observe, ouça as mensagens da natureza.


Assista a chuva como se fosse uma produção dessas que vc paga para assistir; sente-se e olhe, e ouça, e sinta.



Extraordinária partitura



Sol beija água,

natureza evidencia poderes,

equilíbrio da luz.



Sagrado encontro explode hino,

divina celebração em tons sentimentais

Concerto visual,

bandeira multicor,

suave plantação celeste,

extraordinária partitura em sete faixas

estampa mensagem de amor.



Quando o sol beija água

cupido entoa cores,

arco-íris salta do tacho de ouro,

Mãe-terra enraiza coração

nas meninas de meus olhos.



Vanda Ferreira

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Chuva de paz

Praia de papel beira o mar das ilusões

Orla poética.

Silencioso grafismo atravessa a plenitude

Brisa de sete cores calçadas de ouro

Emplaca lembranças da chuva de paz.



Meninas simples na brancura dos olhos,

Filmagem das paralelas.



Navega cheiro no vento de dezembro

Da flor alcançada atrás da montanha de segredos matutos.



Não há despedida.

Uma canção declama amor.

 Vanda Ferreira

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Honrarias em âmbito nacional


A campo-grandense Vanda Ferreira vem se destacando em âmbito nacional, por sua atuação voluntária em prol à continuidade de vida e pela importância de sua produção artística comprometida com o meio ambiente.


No dia 24 de setembro, receberá Homenagem do movimento cultural ARTETERAPIA em São Paulo. No dia 27 de setembro participará do evento Sarau Poesia Legal, que realizar-se-ão em sua homenagem, na Lapa/RJ, e, em 1º de outubro, será empossada Membro de Honra da ALACRO - Academia de Letras, Artes e Ciências de Rio das Ostras, região dos lagos/RJ.

O trabalho de Vanda Ferreira soma premiações em Concurso de poesia e Salão de artes, e importantes homenagens, como a recebida pela Confraria dos Artistas e Poetas Pela Paz – CAPPAZ, em Santa Catarina, com o selo dos CORREIOS, “Homenagem à Confreira Vanda Ferreira”, cujo selo leva o slogan “Ame a natureza como a ti mesmo.” de autoria da escritora Vanda Ferreira.

Em 2010, recebeu como reconhecimento por sua Palestra Pé de LUXO Diploma e Medalha de honra do Congresso Nacional de Poetas Virtuais, em Santo Antonio de Pádua/RJ, e o Diploma “Destaque do Brasil” EM São Paulo. Em 2011 recebeu o título ”Mulheres Maravilhosas do Brasil”, pela Coluna Destaque de Raimundo Nonato de SP, e “Moção Honrosa” deliberado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CMDM de Campo Grande/MS, Por ocasião do lançamento da obra Passagens – História de vida.

Vanda Ferreira publicou nove livros solos e 16 obras em co-autoria, dentre eles a antologia internacional “Sete pecados capitais” organizada pelo grupo Blog-tok/Barcelos/Portugal. Por seus feitos como voluntária no ativismo sócio-ambiental teve seu nome indicado e selecionado para concorrer ao Prêmio Betinho/2011.






sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Plantação de dúvidas - roda de prosa

Vestígios rarefeitos por nuvens de poeira, maquiam dores e disfarçam sorrisos na brancura de meu olhar, que testemunha apagão em contínuo desenvolvimento, em processo que obscurece meus padrões musicais, gastronômicos, nativistas.


Rondam os vendavais. Disfarçados de brisa desalinham a paz, plantam dúvidas em minha terra de mato, céu azul e tuiuius.

Tudo reforça a sensação de que sou um exemplar da espécie de indío, quase extinta. Então, paro na explícititude da curva do córrego para beber segredos e lavar maldades.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O caminho da paz é campestre.

O caminho da paz é campestre

Vanda Ferreira


Garças brancas revoam silêncio azul.
Enormes dentes jacarezenses tomam vento;
Rimados versos da natureza fervilham na fingidez fluvial;

Árvores entoam úmidas canções,
aves trinam em alegria sustenida para perpetuar
praia-de-bichos,
passeio de murmurinhos,
espetacular balé da mata.

Rastejam poemas,
seivadas serpentes,
encorpadas enxurradas tingidas de por-de-sol.

Tatuagens na liberdade nua da terra
mapeaiam dançante capinzal de pés de luxo.

Ecos matutos, ecologicamente corretos,
Protegem segredos.
Seco-mar encharcado de poder.

Roncos de bugios rasgam os perigos noturnos
das aloiradas madrugadas do Pantanal,
esconderijo do útero da terra.

Lambeção milagrosa refaz sucumbida morte,
valente desejo de semente processa desfolhamento
para nutrir embriões fecundados ao som de poéticos uivos Guarás.

Sábia natureza
Redondamente enquadra inverno, primavera, verão e outono,
Aliança nuvens carregadas de mensagens.

Vida beijada por beija-flores,
perfuma versos,
tinge de verde-esperança,
rima coração e canção,
passarinho e ninho;
alegria, cantoria, folia, formação de família.

Celestialidade poesia, seja noite, seja dia.

Luas hipnóticas, cheias de mistérios
Corujas, grilos, cigarras,
anfíbios com chocalhos nas gargantas,
cantata para a entrada, não solitária, da noite,
onde o entardecer rumina roteiro,
Processa comunicação,
esturros dos cílios da mata.
Cisma grafia de onça, pinta Jaguatirica.

Lenta mastigação de sabores,
fartura de suculências,
delícias na digestão de paz campestre.

Caminho matuto, Tatu, Tamanduá,
inescrupulosidade brejeira na estação de Sucuris,
tuiuiús, bagres e olhos d’água.

Verdejante felicidade borboleteia
no profundo estômago da menina dos olhos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Roda de prosa

Atitudes dizem. Oram, seduzem. Atitudes semeiam, regam, declaram desejos. Atitude é a mais sincera e verdadeira arte de comunicação. Tem maxima eficiência, clara compreensão e se traduz em qualquer língua sem necessidade de tradutor.
Atitude é um linguajar compreensível e interpretado em todos os idiomas. É um tipo de dicionário global, aberto para todos os povos. Pobres, ricos, cultos, analfabetos, estrangeiros ou não, compreendem o sorriso, leiem a lágrima, entendem a mão estendida, passos apressados e o significado da devastação.
Atitude é a eficaz forma de falar.
Vanda Ferreira

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Posfácio do livro PASSAGENS - História de vida

POSFÁCIO
Passagem da poesia por uma história de vida

A primeira sensação ao receber uma mensagem eletrônica da escritora Vanda Ferreira encimada pela expressão URGENTE foi de uma pontiaguda cutilada na alma: um convite para este prólogo. À apreensão de primeiro momento seguiu-se relativo alívio ao me aperceber que de nada exasperador se tratava, apesar de o livro já se encontrar praticamente pronto, inclusive com o número de registro no ISBN, segundo informou-me, ato contínuo, a autora ao telefone.
O convite para o prólogo de “PASSAGENS - História de Vida” aflorou-me a vaidade. Afinal este fora o primeiro do gênero com gênese extra-fronteiras desta central unidade da Federação Brasílica.
O desafio ganhou dimensões estratosféricas ao adentrar-me nas entranhas de Passagens-História de Vida. Por essa “Passagem” de Vanda ninguém de sensibilidade bastante passa impune e nem sai ileso. Sai impregnado de poesia, da boa poesia brasileira apreendida e transformada em expressivo poema (ainda que em forma de prosa) pela maestria da bugresia dessa campo-grandense que me honra como confreira na Associação Internacional de Poetas del Mundo e na ALB-Academia de Letras do Brasil.
Ao concentrar-me na leitura de passagem vi-me como se a voar estivesse com Antoine de Saint Exupéry nas páginas de O Pequeno Príncipe que, sem nenhum favor, trata-se de um dos maiores e melhores poemas que já pude degustar.
A analogia entre a construção poética de um e de outro nos remete ao rompimento da idéia de que poesia tenha que ser escrita, necessariamente, em forma de versos. Até porque poesia é mais que um amontado de versos sobrepostos. Poesia é a matéria prima do poema que, com propriedade bastante, pode apresentar-se aos olhos do leitor em forma de versos como também de prosa.
Vale ressaltar que há versos poéticos de elevada representatividade imagética e figurativa, e versos com presunção poética, mas sem nenhuma poesia, meros amontoados de versos prosaicos os quais nem de boa prosa, mais das vezes, se reveste.
Por outro lado, a exemplo de Passagens, a fortuna poética salta aos olhos de um leitor que, se desavisado, se surpreende com a generosidade de poesia encontrada, uma prosa gostosa de ler e com estímulo a se recomendar a quantos apreciem a arte literária.
Passagens é assim: um verdadeiro poema com que Vanda Bugra (codinome com que ela mesma se apresenta) se reporta, ela própria, na simbiose de imaginário e realidade. Passagens leva e eleva o leitor à autêntica poesia, consubstancioso poema, poema em prosa que representa mais que as letras de um Estado da região central do Brasil (Mato Grosso do Sul), mas sim mais uma expressiva página da literatura brasileira.
Como disse Delasnieve Daspet, uma das líderes maiores da atual literatura brasileira: “Vanda escreveu versos para serem lidos com a alma e não com olhos mudos. Chorou cada palavra, cantou cada verso, pariu cada momento de sua memória, perdoou as loucuras, sofreu as maledicências, ninou a sua história. A ela foi dada a chave do enigma, e, com maestria nos presenteia com estas reminiscências do imaginário de sua bisavó”.
Ao leitor, portanto, recomendo PASSAGENS - História de Vida, de Vanda Ferreira, poeta brasileira de Campo Grande, da cidade morena de Mato Grosso do Sul, capital brasileira da Associação Internacional de Poetas del Mundo. Parabéns, Vanda, pelo presente que dá a seu Estado e a seu País. Parabéns, leitor, pela obra que, vai enriquecer também seu imaginário, aguçar suas lembranças, reviver a poesia de seu ontem nas páginas de PASSAGENS - História de Vida.
Salve 12 de junho de 2011, em Cassu, Goiás, Dia dos Namorados, dia em que celebro mais uma página de meu namoro com a literatura, pelas páginas poéticas de Vanda Ferreira.
José Faria Nunes - Jornalista
Cônsul em Goiás dos Poetas del Mundo, Secretário Executivo da Associação Internacional de Poetas del Mundo, Presidente Executivo e Fundador da Academia de letras do Brasil em Goiás.

CONVITE lançamento da obra PASSAGENS - história de vida

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Prefácio do livro "PASSAGENS"

Prefácio
Por Delasnieve Daspet*

“Em cada recomeço arrastamos a bagagem
recheada de diversidades sentimentais...”


Vanda fez uma poesia em 21 capítulos.
Abandonou o regime da mesmice métrica e enriqueceu seu trabalho com infinitos recursos de harmonia. O seu livro Passagens é melódico. Uma verdadeira pintura e verdadeira música em forma de prosa.
Inteligente livro de memórias, de saudades, de reconstrução de uma vida, sem passar pela mesmice que as biografias contam.
Ela viaja pelo imaginário de uma antepassada sua, e reconstrói momentos de lirismo surpreendente e apaixonante. A história de uma vida, de seus revezes, de seus amores, dos seus sonhos, dos ganhos e de suas perdas.


“Ao oeste imperava o sol como se fosse
uma lua vermelha, redonda, cheia de acesos segredos querendo jorrar”.



Historias passadas contadas no presente. A linguagem é coloquial. Interior. Verdades que não foram ditas em momento oportuno e que agora chegam, de braços abertos, contadas ao vento, que a reproduz.
Segredos de uma vida, de sentimentos, de alcova trepidam, destruindo as metáforas construídas. Não existe verdade absoluta.



“A vida passava por mim.
Eu simplesmente seguia os ritmos dos passos do tempo
processado por noites e dias”.



Vanda escreveu versos para serem lidos com a alma e não com olhos mudos. Chorou cada palavra, cantou cada verso, pariu cada momento de sua memória, perdoou as loucuras, sofreu as maledicências, ninou a sua história. A ela foi dada a chave do enigma, e, com maestria nos presenteia com estas reminiscências do imaginário de sua bisavó.
Lírica do primeiro verso ao final do 21º Capítulo, Vanda criou frases que são completas poesias. É doce, violenta, temerária, audaz... nos faz sorrir e chorar. Esqueceu-se a Autora dos paus e das pedras do caminho e construiu com vagar, tijolo a tijolo.
Tudo o mais não existe, a não ser, o fogo das lembranças da personagem da Autora, que suou, sofreu, trabalhando ao lado dos seus homens, de sua família. Não ficou em casa, estendida, qual uma sinhá. Participou ativamente de todos os momentos de sua vida. Não foi coadjuvante.
Não se envergonhou nem se arrependeu dos momentos vividos, de possíveis erros cometidos, e, em suas recordações vemos que ela fez o melhor no seu tempo, confessou suas culpas e reconheceu os excessos cometidos. Mais justa com a vida impossível.
Os sons que a saudade lhe deixou foram as lágrimas que verteu na solidão.


“ Centelhas ganharam altura, como se
fossem mariposas de prata com asas de ouro...”


Este foi um livro imaginado. Passou dias e horas dentro da Autora até que chegasse o dia em ser exposto. Ela discorreu sobre algo que não viveu, pegou o real do que lhe contaram e juntou ao imaginário que pensou resultando nesta tradução livre de sentimentos.
Mostrou o grande amor que a sua personagem sentiu pela vida e pelos amores de sua vida, maridos e filhos. Mostrou o amor que esta personagem sentiu por fora. Foi assim.

“Dos invernos vividos concluo que a noite passa, termina, mas o que se vive
em uma noite pode perdurar pelo amanhecer e pelo resto da vida”.

Estas são memórias guardadas, intermitentes, vem e vão, porque na vida tudo é assim...
É isso que nos permite suportar os longos dias de ausências e tristezas, e, ao evoca-las, algumas se toldam e viram pó, nisso é magistral o Passagens de Vanda Ferreira porque ela fotografa os detalhes e nos oferece uma obra com detalhes perfeitos da época. Ela viveu a vida de sua bisavó, a protagonista do livro.
E o livro permanecerá, envelhecido pelo tempo e atual pelas lembranças, como as folhas que caem no outono e que renascem na primavera, independentemente do que acontecerá.

“ Senti-me serena. Rezei à
alma de José e de Antonio. Agradeci a Deus pelas asas de ouro que promoveram
vôos seguros aos meus filhos ...”


A memória tem presença física. Houve uma época em que as histórias da protagonista e demais personagens foram uma só e as suas lembranças são estrelas no céu noturno... as árvores reiniciam suas mutações, o ar esta perfumado pelo aroma da terra, e a vida invade o dia.

A lembrança é uma coisa maravilhosa ainda que se tenha de enfrentar o passado, e, nisso PASSAGENS tem o seu desenrolar de forma brilhante.

Da vida nada se leva... Mas, Vanda Ferreira deixa escrito nas páginas de seu livro que perdemos um dia entre vários outros, de outras histórias, com outras lembranças, de outras pessoas, de outras mentes.
Campo Grande-MS, junho de 2011.

*Delasnieve Daspet
É advogada, Poeta, Ativista das Causas da Paz, dos Direitos Humanos, Ambientais e Sociais.
daspet@uol.com.br