quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O caminho da paz é campestre.

O caminho da paz é campestre

Vanda Ferreira


Garças brancas revoam silêncio azul.
Enormes dentes jacarezenses tomam vento;
Rimados versos da natureza fervilham na fingidez fluvial;

Árvores entoam úmidas canções,
aves trinam em alegria sustenida para perpetuar
praia-de-bichos,
passeio de murmurinhos,
espetacular balé da mata.

Rastejam poemas,
seivadas serpentes,
encorpadas enxurradas tingidas de por-de-sol.

Tatuagens na liberdade nua da terra
mapeaiam dançante capinzal de pés de luxo.

Ecos matutos, ecologicamente corretos,
Protegem segredos.
Seco-mar encharcado de poder.

Roncos de bugios rasgam os perigos noturnos
das aloiradas madrugadas do Pantanal,
esconderijo do útero da terra.

Lambeção milagrosa refaz sucumbida morte,
valente desejo de semente processa desfolhamento
para nutrir embriões fecundados ao som de poéticos uivos Guarás.

Sábia natureza
Redondamente enquadra inverno, primavera, verão e outono,
Aliança nuvens carregadas de mensagens.

Vida beijada por beija-flores,
perfuma versos,
tinge de verde-esperança,
rima coração e canção,
passarinho e ninho;
alegria, cantoria, folia, formação de família.

Celestialidade poesia, seja noite, seja dia.

Luas hipnóticas, cheias de mistérios
Corujas, grilos, cigarras,
anfíbios com chocalhos nas gargantas,
cantata para a entrada, não solitária, da noite,
onde o entardecer rumina roteiro,
Processa comunicação,
esturros dos cílios da mata.
Cisma grafia de onça, pinta Jaguatirica.

Lenta mastigação de sabores,
fartura de suculências,
delícias na digestão de paz campestre.

Caminho matuto, Tatu, Tamanduá,
inescrupulosidade brejeira na estação de Sucuris,
tuiuiús, bagres e olhos d’água.

Verdejante felicidade borboleteia
no profundo estômago da menina dos olhos.

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